Eu nunca fui do tipo de menina que fazia o certo, acertava de primeira, no chute. Eu sempre tenho que quebrar a cara. Fazer errado, fazer de novo e de novo, até quando meus joelhos já tiverem esfolados demais e eu não aguentar mais cair. Aí, fico em pé e ninguém me derruba mais.
Persistente como só eu sei, e tão teimosa que brigo comigo mesma, continuo no erro para não machucar o orgulho - sim, esse tal de orgulho. E quebro a cara, há como quebro. Meu epicentro não me comanda tão bem, e me deixa aberta para seguir diferentes rumos, e eu dificilmente escolho o certo. Essa liberdade que me prende, me sufoca por eu não conseguir distinguir o certo do errado e me perder no meio do caminho. E aí invejo quem consegue andar em linha reta e sem obstáculos.
E se o certo for ser errado? É melhor dinheiro ou fazer o que gosta? Vale mais a pena se prender no arrependimento ou esquecer? Falar e fazer o que acha certo ou ser subordinado?
São respostas que nunca terei. E esse meu epicentro que nunca aprende a fazer o que é certo e vai errando, errando e caindo.
O pior é que no final de tudo, meu epicentro ainda não me explicou o motivo dessa reclamação. No dia que eu sempre fizer somente o que é certo, eu já estarei degenerando. Pois, viver pra mim é justamente isso: errar, cair e levantar.